Realmente, a Índia é tudo aquilo que vemos em fotos por aí — mas também vai muito além.
Arrisco até a dizer que, talvez, seja o oposto do que achamos que vemos e não conseguimos compreender. Porque, para entender de verdade, é preciso estar lá. Sentir. Viver.
A Índia é contraste em movimento. É o antigo e o moderno dividindo a mesma esquina. O sagrado e o material convivendo com naturalidade. Não dá para rotular ou generalizar.
A pluralidade é a essência: são mais de um bilhão de pessoas, diversas religiões, castas, muitas línguas oficiais… e, principalmente, o que encontramos é um povo que sorri o tempo todo. E que nos cumprimenta com um respeitoso “Namastê”, que significa “eu me curvo a você” ou “o Deus em mim saúda o Deus em você”
Na decoração, o estilo indiano é, ao mesmo tempo, excêntrico e elegante. Tem cor, textura, brilho. Mas também tem harmonia, simplicidade e silêncio. Como seu povo. Como a atmosfera ao redor.

Os móveis são retos, quase minimalistas, mas os tecidos roubam a cena: sedas, algodões, cashmeres estampados e bordados à mão, em composições surpreendentes. As cortinas de juta com bordas coloridas são a cara da Índia.
E os tapetes são verdadeiras obras de arte no chão. Artesanais, luxuosos, únicos. Levam meses para serem feitos, sempre pelo mesmo tecelão, e cada desenho costuma carregar a assinatura de uma família.
Os espaços internos refletem valores profundos. Futons e almofadas criam áreas de convivência orgânica. Sentar-se no chão, comer com as mãos, agradecer em silêncio são uma forma de demonstrar respeito pelo alimento e gratidão por quem serve. Há uma certa humildade no ato, além da conexão direta com a terra pois o chão é sagrado.

A casa, muitas vezes compartilhada entre gerações, é extensão da família. Os pátios centrais não são só bonitos, são necessários – especialmente pelo forte calor.
E se há um símbolo máximo dessa alma indiana, ele se chama Taj Mahal.

Não é só um monumento. É um ato de amor lendário. Uma verdadeira joia arquitetônica de mármore branco cravejado de pedras preciosas, construído com perfeição simétrica e talento inquestionável. Um mausoléu erguido por devoção e que o mundo inteiro reconhece como o maior símbolo da Índia.
A beleza do Taj Mahal vai além do que se vê: emociona pela história, pela grandeza e pela mensagem. Ele é a representação de passado e eternidade.
Nada é banal na Índia. Nem o dia a dia, nem a arquitetura, nem a decoração. Cada detalhe reflete cultura, tradição, espiritualidade. E tudo isso se traduz em ambientes únicos, vivos e acolhedores.
A Índia nos ensina que a verdadeira sofisticação mora na alma do espaço. E é isso que me inspira. Porque não estamos falando apenas de decoração, estamos falando de forma de viver. E viver, na Índia, é arte.
Namastê.
