Caminhar por Milão sempre é uma experiência encantadora e inesquecível.
Há uma energia criativa que pulsa por todos os cantos e que cada vez que venho, sempre me toca de um jeito diferente.
Foi como se as marcas que visitei, cada uma à sua maneira, me lembrassem do valor de um lar com alma, com memória — e isso ressoou profundamente dentro de mim, talvez porque valorizar a história faça parte do que somos no Mundo Robusti.
Ao explorar os showrooms e mergulhar nos detalhes de ícones como Dolce & Gabbana, Versace, Fendi, Hermès e Louis Vuitton, percebi um movimento sutil e, ao mesmo tempo, poderoso: o de transformar a casa em um espaço de acolhimento, conexão e expressão pessoal.
A estética segue sendo essencial, claro, mas agora ela vem acompanhada de um desejo quase emocional por presença, calor e significado.
Casa não é apenas abrigo. Casa é lugar de amor, carinho, afeto, amizade, intimidade, conforto e segurança.
A Louis Vuitton foi, sem dúvida, a marca que mais me tocou — não apenas pelos móveis, mas por tudo o que envolve a experiência. Localizada no majestoso Palazzo Serbelloni, uma construção do século XVIII carregada de memória, a ambientação da LV parecia querer me dizer algo. E disse.
Aquele palácio imponente — que serviu de residência temporária de Napoleão Bonaparte e Josefina em 1796 —, em vez de impor distanciamento, me abraçou. Os móveis de linhas arredondadas, as mesas de jogos que convidam ao lúdico e à intimidade, o couro cuidadosamente aplicado, os detalhes pensados com carinho… tudo ali me fez sentir conectada.
Não por acaso, o espaço foi finalizado com a assinatura do Studio Campana, com peças inspiradas no folclore, em narrativas que nos lembram que cada canto da casa pode contar uma história — ou muitas.
Outras marcas também provocaram reflexões interessantes. A Dolce & Gabbana, como era de se esperar, trouxe um universo visual mais ousado, com estampas de animais, cúpulas de boucle e metais cromados que me remeteram a uma estética quase teatral, carregada de personalidade. A Hermès seguiu um caminho mais artístico, quase conceitual. Suas criações pareciam instalações, obras de arte que brincam com os limites entre design e sentimento.
A Versace apostou no veludo, nos tampos de pedra, no couro e no dourado. Já a Fendi, por sua vez, estava belíssima, explorando com sensibilidade o uso do metal — elemento que esteve presente em quase todos os espaços que visitei. Um sinal claro de que os acabamentos metálicos continuam se reinventando e ganhando protagonismo.
Entre todas essas visitas, me vi refletindo sobre como o design tem falado cada vez mais sobre presença, identidade e emoção. Talvez porque, depois de tudo o que vivemos nos últimos anos, desejamos mais do que beleza: queremos proximidade.
Distanciamento, nunca mais.
E acho que esse seja o novo luxo: um lar que nos representa, nos abrace, nos inspire e nos emocione.














